Breve Descrição:
Em Religulous, o comediante Bill Maher usa de sarcasmo, ironia e boa argumentação para (o que parecia ser) uma descompromissada sessão de entrevistas com vários (líderes ou não) religiosos. Mas o que vemos aqui é o fim do poder lógico da religião, uma destruição completa dos pilares de fé de quem assiste o documentário desarmado.
Maher é um agnóstico que nunca escondeu seu desgosto pela religião – não no que se refere a crença em deus (es), mas no poder destrutivo da fé que move massas populacionais. Ele retrata, em alguns curtos momentos, como era entediante ter de ir à Igreja, durante a infância. Depois, conta que toda a família desistiu de faze-lo. Diz: “Sim, vocês podem ter razão, ou não, e é essa a minha forma de pensar: ‘Eu Não Sei!’ essa é a minha doutrina.”
Ele entrevista, atiça, provoca, e em alguns casos até nos faz rir da cara dos entrevistados. Suas perguntas não tem resposta. Por que? Simples: enquanto se assiste a obra, chegamos ao ponto em que os buracos e falhas lógicas das escrituras sagradas (e não importa qual delas for!) são desnudos. Os líderes religiosos que Maher interroga ficam de queixo caído, sem palavras – mal tentam gaguejar palavras para defender-se de sua própria hipocrisia. O divertido aqui é que ele pula de momentos de ironia profunda para a inocência, e pega-os de jeito mesmo sem querer. Nota-se que o seu conhecimento científico, histórico, religioso, e filosófico é apontadíssimo.
E no final, voltamos ao começo. Megiddo, Israel, fechando com chave de ouro:
“A ironia da religião é que, por causa do seu poder de divergir o homem para fins destrutivos, o mundo pode mesmo acabar. O fato é que a religião tem de morrer para o homem sobreviver.Já está ficando tarde para que as pessoas religiosas decidam por nós. Fé se tornou uma virtude, e não pensar não é algo para se orgulhar. A religião é perigosa porque permite a seres humanos que não tem todas as respostas, pensarem o inverso. A única atitude apropriada sobre as grandes questões, não é a certeza arrogante da religião, mas a dúvida. A dúvida é humilde, e é isso que o ser humano precisa ser. Vamos nos lembrar qual era o verdadeiro problema: que aprendemos a precipitar a morte massiva antes de ultrapassarmos a disfunção neurológica de o desejar. É isto. Cresçam ou morram.”
Avaliação:
Argumentação: 2,5/5
Revolução idelógica: 3,0/5
Humor: 3,5/5
Ritmo: 3,5/5
Geral: 3,1
Curiosidades:
- Foi dito a todos os entrevistados que o nome do documentário seria "A Spiritual Journey", “Uma Jornada Espiritual”, em tradução livre.
- Era planejado o lançamento para Março de 2008, porém o mesmo só foi possível em Outubro.
Veja se: gostar de discutir religião e derivados.
Não veja se: não pensar na possibilidade de mudar de idéia completamente.
Nota: Algumas informações aqui postas foram por mim traduzidas do site http://www.imdb.com. Dêem uma passada lá, tem muitas informações legais sobre filmes e docs
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